Como manter padrões elevados de diagnóstico e planejamento nos tratamentos ortodônticos?

 Home / Blog / Como manter padrões elevados de diagnóstico e planejamento nos tratamentos ortodônticos?

Como manter padrões elevados de diagnóstico e planejamento nos tratamentos ortodônticos?

Share Button

Pergunta:
Com a grande oferta de “tratamentos mágicos, arcos inteligentes, alinhadores e braquetes autoligáveis”, entre outros, que argumentos o senhor utiliza com os seus alunos para que esses mantenham padrões elevados de diagnóstico e planejamento, e realizem tratamentos ortodônticos adequados com a necessidade de dobras individualizadas nos arcos? – Nelson Mucha

professorQuem responde: James Leonard Vaden:

É de responsabilidade do educador dos cursos de Ortodontia ensinar os fundamentos que envolvem um cuidadoso e metódico sistema de planejamento e aplicação das forças no tratamento ortodôntico.

Uma vez definido o plano de tratamento, os aparelhos devem ser colocados apropriadamente e o tratamento conduzido como planejado.

É imperativo que os estudantes compreendam que não há nenhum aparelho ou fio mágico. O paciente deve ser tratado por um ortodontista com formação e conhecimento, e não por um aparelho inteligente.

Muitos programas de pós-graduação em Ortodontia dão ênfase à parte básica. Esses centros têm a liderança de quem compreende e dá valor aos fundamentos. Entretanto, existem alguns cursos em faculdades que ensinam o uso de aparelhos mágicos que não têm necessidade dos fundamentos da Ortodontia. Os estudantes que treinam neste tipo de programa não têm, consequentemente, nenhum conhecimento do planejamento e do tratamento.

Não é culpa do estudante. Nossa especialidade deve tomar providências com relação a esse problema. Isto não quer dizer, entretanto, que aqueles programas que forçam os fundamentos têm os graduados sempre praticando o que aprenderam durante o curso.
Alguns graduados em Ortodontia, mesmo bem treinados, atraídos pela promessa de que possam ganhar muito mais dinheiro atendendo um número “x” de pacientes por dia, podem fazer, em algum momento, dois ou mais desses cursos comerciais de “aparelhos mágicos” e assim passam a utilizar esses aparelhos em suas clínicas.

Esses estudantes comprados pela propaganda comercial passam a fazer parte dos “especialistas alinhadores de dentes”. Isso é desanimador para quem os ensinou, mas nós sempre pensamos que eles retornarão àquilo que aprenderam quando virem que o “rápido e o fácil” não funcionam.

O primeiro argumento que usamos em nossa universidade é: “olhe a face – faça o que é certo para a face e para a estabilidade a longo prazo como resultado de seu tratamento”. Nós repetimos exaustivamente essa orientação. É encorajador saber que a maioria dos estudantes escuta e põe em prática nossos ensinamentos. Outros, que não seguem nossos ensinamentos, cometem erros, depois reavaliam suas práticas e voltam a tratar seus pacientes mais apropriadamente.

Eu posso assegurar que é um problema difícil nos tempos atuais, onde “tudo pode ser feito porque não faz mal”. Nós, que ensinamos Ortodontia, temos que manter a esperança que nossos estudantes estão escutando e aprendendo e que, mesmo desencaminhados por um tempo, voltarão aos fundamentos e oferecerão um tratamento apropriado aos seus pacientes.

FONTE: Dental Press J. Orthod. vol.15 no.1 Maringá jan./fev. 2010

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>