Tratamento com aparelhos intra-orais que envolve os distúrbios respiratórios do sono

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Tratamento com aparelhos intra-orais que envolve os distúrbios respiratórios do sono

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Os aparelhos intra-orais (AIO) se constituem em uma opção, com altos níveis de evidência, para tratamento dos distúrbios respiratórios do sono.
Dessa forma, fica bem definido o papel do cirurgião-dentista para:

 

- Reconhecer um possível distúrbio do sono e/ou fatores de risco associados, orientar e recomendar apropriadamente o paciente e encaminhar ao médico.
– Solicitar exame polissonográfico quando julgar necessário.
– Iniciar e monitorar o tratamento com AIO como parte da conduta conjunta com o médico.
– Monitorar e tratar potenciais efeitos colaterais dos AIOs.
– Realizar o acompanhamento em longo prazo do paciente em tratamento com AIO.
– Estar envolvido em equipes multidisciplinares no manejo cirúrgico dos pacientes com distúrbios respiratórios do sono, em especial quando houver necessidade de cirurgia ortognática.
– Trabalhar em crianças ou adolescentes de forma preventiva ou interceptora, promovendo crescimento ósseo adequado para minimizar os componentes anatômicos de um quadro futuro de ronco e SAOS; ou em crianças já diagnosticadas com ronco ou SAOS, realizando tratamento ortodôntico-ortopédico facial indicado.

aparelho do sonoAdaptação do AIO
A indicação, confecção e adaptação do AIO mais adequado a cada paciente devem ser conduzidas por um cirurgião-dentista com treinamento no tratamento e acompanhamento dos distúrbios respiratórios do sono. Esse profissional deve estar apto a conduzir o caso, sendo capaz de avaliar as complicações e efeitos colaterais a que esses pacientes podem estar expostos, como: alterações oclusais, disfunções temporomandibulares e eventuais danos a estruturas associadas.

Indicações do AIO:
Primárias: Pacientes com Ronco primário, SRVAS e SAOS leve a moderada
Secundárias: Pacientes com SAOS moderada a grave:
1. que não aceitam o CPAP;
2. que são incapazes de tolerar o tratamento com CPAP;
3. em que houve falência no tratamento com CPAP ou comportamental;
4. coadjuvante ao tratamento cirúrgico.

Contraindicações do AIO
• quadro de apneia do sono predominantemente central;
• doença periodontal ativa ou perda óssea acentuada;
• disfunção temporomandibular grave.

Objetivos do AIO:
Em pacientes com ronco primário sem SAOS ou SRVAS: reduzir o ronco a um nível subjetivamente aceitável.
Em pacientes com SAOS: resolução dos sinais e sintomas clínicos e normalização do IAH, da saturação de oxi-hemoglobina e fragmentação do sono.

Acompanhamento:
É importante ficar claro que os AIOs se constituem em uma forma de tratamento contínuo e por tempo indefinido. Pacientes com ronco primário: é recomendado o acompanhamento clínico odontológico, sem necessidade de acompanhamento polissonográfico.
Pacientes com SRVAS ou SAOS (qualquer gravidade): a polissonografia com o AIO na posição final é indicada para assegurar benefício terapêutico satisfatório.

» Acompanhamento odontológico: a cada seis meses no primeiro ano e, depois, anualmente. O intuito é monitorar a adesão, avaliar a deterioração ou o desajuste do AIO, avaliar a saúde das estruturas orais e a integridade da oclusão, e abordar os sinais e sintomas da SAOS.
» Acompanhamento médico: reavaliação clínica periódica e polissonográfica quando o médico julgar necessário.

Fonte:
Consenso brasileiro de ronco e apneia do sono – aspectos de interesse aos ortodontistas
Cauby Maia Chaves Junior,
Cibele Dal-Fabbro,
Veralice Meireles Sales de Bruin,
Sergio Tufik,
Lia Rita Azeredo Bittencourt
Dental Press J Orthod 2011 Jan-Feb;16(1):34.e1-10

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