A Revolução do diagnóstico por imagem – Tomografias Odontológicas tipo ‘Cone Beam’

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A Revolução do diagnóstico por imagem – Tomografias Odontológicas tipo ‘Cone Beam’

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Tomógrafo: Cone Beam

 Há mais de setenta anos que as radiografias fazem parte da clínica diária odontológica. Mesmo com todas as suas limitações, o exame radiográfico é de suma importância para elaboração de um diagnóstico e para aferir certa segurança nos prognósticos realizados nas diversas especialidades odontológicas. Pois bem, agora as trombetas e os oráculos da modernidade anunciam o fim da era das radiografias ‘analógicas’. Porque o seu lugar vai ser tomado pelas excelentes radiografias digitais e pelas supras tomografias ‘Cone Beam’.



Na verdade, as tomografias ‘Cone Beam’ são um avanço técnico-científico das já manjadas tomografias computadorizadas médicas, que desde a década de 70 do século passado fornecem espetaculares imagens tridimensionais das estruturas anatômicas e dos processos patológicos. Então, com os tomógrafos tipo Cone Beam, a odontologia pode contar com um exame que proporciona imagens de alta nitidez, com baixa dosagem de radiação, preço acessível e nas três dimensões. Chegou a hora de conhecer um pouco mais sobre essa nova tecnologia que promete uma revolução em todas as áreas da odontologia:


 1 – As tomografias ‘Cone Beam’ ou tomografias de feixe cônico proporcionam imagens de ótima qualidade e com distinção de estruturas delicadas, como esmalte, dentina, cavidade pulpar e cortical óssea alveolar.  Nos aparelhos mais modernos, feixes cônicos e pulsáteis de raios-X vão sensibilizar sensores ligados a um computador. Esses sensores, que são utilizados para captar as imagens, possuem de 12 a 16 bits. O interessante disso é que quanto maior o número de bits, maior será a escala de tons de cinza reproduzida na imagem final. O tempo de execução do exame é de 8 a 40 segundos, mas sendo o feixe de raios-X pulsátil, o tempo de exposição do paciente é bem menor.

2 – As imagens obtidas são processadas, trabalhadas e reconstruídas de acordo com as necessidades e os protocolos de atendimento. Nessas reconstruções podem escolher a espessura do corte. Cortes finos geram imagens com características planas e os mais espessos geram imagens semelhantes a radiografias convencionais. Podem, também, reconstruir imagens no formato panorâmico, no formato de teleradiografias e obter imagens tridimensionais. Com uma excelente nitidez mesmo em tamanho real de 1:1

3 – A unidade básica das tomográficas é o voxel. Como as tomografias são volumétricas, o voxel é um cubo com altura X largura X profundidade. Então, quanto menor o tamanho do voxel, mais nítida tende ser a imagem. Outros fatores que interferem na nitidez final da imagem são a qualidade dos sensores e os programas utilizados para manipular as imagens finais da tomografia. Essas imagens são digitalmente arquivadas com a extensão Dicom – Digital Imaging and comunications Medicine. Esse sistema, além de armazenar as imagens, pode armazenar dados técnicos da aquisição de exame, data, informações clínicas do paciente. Os arquivos Dicom podem ser convertidos para o formato STL, para realizar modelos tridimensionais.


4 – Outro aspecto que deve ser observado nos tomógrafos Cone Bean é o tamanho do campo de imagem, em inglês Field of View (FOV). Existem aparelhos de pequeno volume e aparelhos de grande volume. Os aparelhos de pequeno volume tem um FOV de até 8×8 cm. A vantagem desses aparelhos é realizar uma tomografia em alta resolução de áreas de interesse bem específicos. O pequeno volume é a escolha adequada nos casos em que a alta resolução é necessária como Endodontia, reabsorções, ATM e patologias.
Já os aparelhos de grande volume (FOV = 12x12cm a 18x22cm) realizam tomografias para reconstruções multiplanares com visões tridimensionais e bidimensionais – como tele-radiografias, panorâmicas – virtualmente sem distorções. Mas as imagens geradas são de qualidade inferior ao comparar com as imagens dos aparelhos de pequeno volume. Indicação: auxiliam especialidades em que grande área precisa ser analisada (implantes múltiplos, grandes patologias, ortodontia e traumatologia).

Nas novas gerações de tomógrafos, o intuito é unificar grande e pequeno volume em um só aparelho.


5 – A grande desvantagem das tomografias frente as radiografias convencionais é a  formação de artefatos que acontecem próximos de corpos de alta densidade como os objetos metálicos. Esse efeito recebe o nome de endurecimento do raio – beam hardeing – e pode ocorrer, também, devido a presença de esmalte com grande espessura, como superfície oclusal de pré-molares e molares. Projetando uma imagem radiolúcida em um dente vizinho, muito semelhante a uma cárie. Estes artefatos tendem a diminuir com a sofisticação dos programas e sensores. Fique atento!

6 – Para solicitar uma tomografia basta incluir a área de interesse, o que levou a esta indicação e as condições clínicas mais significativas.
Exemplos:
1 – Tomografia do elemento 23 retido – verificar integridade das raízes dos dentes vizinhos.
2 – Tomografia da região do elemento 36 – ausente – verificar altura e espessura óssea, avaliar posição do canal mandibular.
Ao receber os resultados, as imagens podem estar impressas em papel fotográfico ou filmes, com os cortes mais representativos e reconstruções tridimensionais. Peça sempre o laudo das tomografias. Esse laudo deve incluir as informações de todo o volume e não apenas da área do pedido radiográfico de maior interesse no exame.

7 – O planejamento com imagens cone beam é mais preciso do que nos exames convencionais. Há excelentes softwares para planejamento como Dolphin(ortodontia), Simplant (implantes), DentalSlice (planejamento cirúrgico). Esses programas são ótimas ferramentas, pois o profissional pode navegar pelo volume, aplicar zoom, explicar o plano de tratamento para os pacientes e consultar outros especialistas via internet.

Palavras-chaves: 1.Tomografia 2.Cone Beam 3.Ortodontia

Referências:
Pergunte a um Expert – Tomografia. Revista Clínica de Ortodontia Dental Press v.7, n.3, jun/jul 2008.
Métodos recentes de diagnóstico através da imagem – Radiologia Odontológica, 4 ed. São Paulo Artes Médicas 1998 cap.34.

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